discos selecionados para a posteridade

sábado, 26 de janeiro de 2008

JORGE BENJOR – ÁFRICA BRASIL – 1976



Jorge Ben, atualmente Jorge Benjor, é um artista fundamental na discografia brasileira, por incorporar com maestria o soul, rhythm and blues, o funk aos ritmos afro-brasileiros, com a percussão sincopada e balançada em destaque, acrescentando belos arranjos de metais e uma guitarra rítmica contagiante, numa mescla que alguns chamam de samba-rock, mas que rótulos à parte, vale pelo som alegre e dançante. O disco começa com a incendiária Umbabarauma, ou Ponta de lança africano, que já foi regravada por vários artistas e se tornou uma música sempre ligada ao futebol, com um riff de guitarra poderoso. Temos o grande sucesso Xica da Silva, que foi feita para o filme de Cacá Diegues, uma versão de Taj Mahal, aquela música que foi plagiada por Rod Stewart para a sua Do ya think I’m sexy, outra música em homenagem ao grande jogador Zico, Camisa 10 da Gávea, além de grooves poderosos, como a música que fecha o disco, a funkeadíssima África Brasil (Zumbi), regravação de Zumbi que aparece no disco Tábua de esmeralda. Os arranjos são assinados por José Roberto Bertrami, tecladista do grupo Azymuth. Altamente recomendado!

JORGE BENJOR – ÁFRICA BRASIL – 1976 – 40Mb – 128Kbps – link para 4shared

Faixas:
1. Ponta de lança africano (Umbabarauma) – Jorge Ben
2. Hermes Trimegisto escreveu – Jorge Ben
3. O filósofo – Jorge Ben
4. Meus filhos, meu tesouro – Jorge Ben
5. O plebeu – Jorge Ben
6. Taj Mahal – Jorge Ben
7. Xica da Silva – Jorge Ben
8. História de Jorge – Jorge Ben
9. Camisa 10 da Gávea – Jorge Ben
10. Cavaleiro do cavalo imaculado – Jorge Ben
11. África Brasil (Zumbi) – Jorge Ben

Músicos:

Guitarra: Jorge Benjor

Bateria e Timbales: Pedrinho, Joãozinho e Wilson Das Neves

Baixo: Dadi

Piano: João "Bum"

Teclados: José Roberto Bertrami

Surdo: Luna

Cuíca: Neném

Percussões: Gustavo, Joãozinho, Djalma Corrêa, Hermes e Ariovaldo

Metais: Oberdan Magalhães e Márcio Montarroyos

Selecionei um vídeo com a música Umbabarauma apresentada ao vivo, na França, mais recentemente, com um Jorge Benjor de voz mais desgastada, mas com seu suíngue, grooves e balanço intactos.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

PAUL SIMON - GRACELAND – 1986

Graceland é um álbum essencial na discografia de Paul Simon. As músicas possuem uma sonoridade única, pulsam com suíngue, ritmos empolgantes, vocais á capella poderosos e se misturam ao pop, rock. São grandes composições, unidas pelo conceito de fazer parcerias musicais e trocas de experiências com músicos africanos da África da Sul, do Senegal, da Nigéria, do Malawi, do Zimbabwe e com músicos norte-americanos de Los Angeles e Louisiana. Para Paul Simon a sonoridade do acordeon e saxofone com guitarra, baixo e bateria, presente tanto no “Mbaqanga” ou “Township jive”, a música urbana de Soweto, África do Sul remete à estilos norte-americanos como o “zydeco”, que possui a mesma base de acordeon e saxofone, com guitarra, baixo e bateria. Para mim, o disco é uma preciosidade!






PAUL SIMON - GRACELAND - 1986 - 192kBPS - 67Mb - link para 4shared




Faixas:

1- The boy in the bubble – Paul Simon e Forere Motloheloa

2- Graceland – Paul Simon

3- I know what I know – Paul Simon e General M. D. Shirinda

4- Gumboots – Paul Simon, Jonhjon Mkhalali e Lulu Masilela

5- Diamonds on the soles of her shoes – Paul Simon e Joseph Shabalala

6- You can call me Al – Paul Simon

7- Under African skies – Paul Simon

8- Homeless – Paul Simon e Joseph Shabalala

9- Crazy love, vol. II – Paul Simon

10- That was your mother – Paul Simon

11- All around the world or The myth of fingerprints – Paul Simon

Como em cada música temos um grupo diferente tocando, resolvi não indicar todos os músicos, mas o encarte completo, inclusive com as letras, está anexado no pacote de dados. Aproveitem!

Escolhi uma gravação ao vivo de Graceland, realizado no Central Park, New York, em 1991. Como escreve Paul Simon no texto do encarte, Graceland é a música que tem a sonoridade menos africana do disco, pelas guitarras magistralmente tocadas pelos africanos, pois estes captaram muito bem o espírito musical do autor, mas acrescentaram seu peculiar toque.





quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

GEORGE RUSSELL AND THE LIVING TIME ORCHESTRA – THE AFRICAN GAME – 1983

George Russell foi o criador do jazz modal e um dos maiores inovadores teóricos do jazz. Ele inovou trazendo influências seculares da música do leste europeu e do oriente médio que utilizam escalas modais, nas quais a base do tema é composto por uma combinação de escalas e o improviso não é mais sobre acordes, mas sobre as notas das escalas, conferindo um maior colorido harmônico com novas possibilidades para improvisação. Sua obra teórica fundamental é de 1953, The Lydian Chromatic Concept of Tonal Organization, que influenciaria músicos como Miles Davis e Bill Evans, que utilizaram desta bagagem teórica para a criação improvisação modal na obra-prima Kind of Blue.

Este álbum é uma suíte gravada com sua eclética The Living Time Orchestra em 1983, e se trata de um álbum com músicas de grande complexidade de idéias, com influências do free jazz, do fusion, do atonalismo, do modalismo, do rock, do funk e, principalmente da música africana, tão bem representada aqui pelo grupo Olu Bata.

Para quem quiser conhecer melhor George Russell, seu site oficial.

GEORGE RUSSELL AND THE LIVING TIME ORCHESTRA – THE AFRICAN GAME – 1983 - 43Mb 128Kbps – link para 4shared

Faixas:

1- Event I: Organic life on earth begins – George Russell

2- Event II: The paleolithic game – George Russell

3- Event III: Consciousness – George Russell

4- Event IV: The survival game – George Russell

5- Event V: The human sensing of unity – George Russell

6- Event VI: African empires – George Russell

7- Event VII: Cartesisan man – George Russell

8- Event VIII: The mega-minimalist age – George Russell

9- Event IX: The future? – George Russell

Músicos:

Brad Hatfield - Keyboards
Steve Lodder - Keyboards
Mike Walker - Guitarra
Bill Urmson - Baixo
Billy Ward - Bateria
Pat Hollenbeck - Percussão
Stanton Davism - Trumpete
Tiger Okoshi -Trumpete
Stuart Brooks -Trumpete
Andy Sheppard – Saxofone Tenor/Soprano
Chris Biscoe – Saxofone
Alto
Pete Hurt – Clarineta Barítona/Baixo
Dave Bargeron - Trombone
Richard Henry – Trombone baixo

A qualidade sonora não é das melhores pois se trata de vinil, que apresenta em alguns momentos os ruídos característicos, mas como documento histórico vale.

Este valioso som foi achado no ótimo blog que já indiquei aqui, Farofa Moderna, de Vagner Pitta, mas que torno a citar. Passe por lá, tu vais gostar!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

MULATU ASTATKE – ETHIOPIQUES VOL. 4: ETHIO JAZZ & MUSIQUE INSTRUMENTALE 1969-1974 – 1998

Mulatu Astatke é um músico etíope de primeiríssima linha: ele é considerado o pai do ethio jazz, a mistura da música tradicional etíope com o jazz e a música latina, desenvolvido a partir do início dos anos 60. Ele estudou piano, clarinete e percussão e se aprimorou como arranjador em Londres, New York e Boston e foi o primeiro africano a freqüentar a Berklee College of Music. Filho de uma família abastada, foi mandado aos 17 anos para Londres para estudar engenharia, mas Mulatu Astatke conhece jazzistas caribenhos que apresentam o merengue e cha-cha-chá e ele resolve seguir carreira musical. Tocou com muitas feras do jazz, como Duke Ellington, nos anos 70. Recentemente teve músicas suas usadas na trilha do filme Broken Flowers, de Jim Jarmusch, o que causou uma certa redescoberta de sua incrível música.



Faixas:

  1. Yèkèrmo Sèw (A Man of Experience and Wisdom) – Mulatu Astatke
  2. Mètché Dershé (When Am I Going to Reach There?) – Mulatu Astatke
  3. Kasalèfkut Hulu (From All the Time I Have Passed) – Mulatu Astatke
  4. Tezeta (Nostalgia) - Tradicional
  5. Yègellé Tezeta (My Own Memory) – Mulatu Astatke
  6. Munayé (My Muna) – Mulatu Astatke
  7. Gubèlyé (My Gubel) – Tradicional
  8. Asmarina (My Asmara) - Fèqadu Amdè-Mesqel
  9. Yèkatit (February) – Mulatu Astatke
  10. Nètsanèt (Liberty) – Mulatu Astatke
  11. Tezetayé Antchi Lidj (Baby, My Unforgettable Remembrance) – Mulatu Astatke
  12. Sabyé (My Saba) - Tradicional
  13. Ené Alantchi Alnorem (I Can't Live Without You)
  14. Dèwèl (Bell) – Mulatu Astatke

Esta pérola achei no bótimo Sacundinbenblog, do Marcel Cruz, um rapá de Curitiba que manja muito de música e literatura e compartilha muitos discos e livros no seu ciberespaço. Para nossa sorte e alegria! Valeu Marcel!

Vou colocar aqui um audiovisual com um texto e fotos mixados a uma música acepipe do grande Mulatu Astatke! Apreciem!



sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

THE AFRICAN JAZZ PIONEERS – SIP’N’FLY – 1992

The African Jazz Pioneers faz uma combinação de ritmos sul-africanos, pela origem do líder, compositor dos temas e saxofonista-tenor Ntemi Piliso, com o som das big-bands de jazz, unindo o zulu, o xhosa e o sotho com o swing, o jive e o bop. Essa união ficou conhecida nos anos 40 e 50 como mrabi e numa versão mais urbana jazz contemporânea é chamada de township jazz. São músicas com belas melodias e ritmos variados, contagiantes e dançantes, com metais conduzindo com força, belos solos de trumpete e saxofone e algumas músicas também com vocais. Infelizmente não consegui mais informações sobre os músicos que participam do disco. Mas o som é bom!

THE AFRICAN JAZZ PIONEERS – SIP’N’FLY – 1992 – 59Mb – 128Kbps – link para 4shared

Faixas:

01. Sip 'n fly
02. Bhod l'umilo
03.
Uyeyeye
04. Sgaxa mabande
05. Front page
06. Bra ntemi's kwela
07. Emalangeni
08. Way back fifties
09. Rondfontontein
10. Flying high
11.
Uzozo
12. Sunrise - mpumalanga
13. Hullo hullo there – sanibonani

Mais um disco achado no ótimo blog Farofa Moderna.

Vou linkar aqui um vídeo do you tube que não é vídeo, é apenas uma das músicas do disco, Way back fifties, com a imagem da capa estática. Mas para ouvi-la serve.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

FELA KUTI & THE AFRICA’70 & GINGER BAKER LIVE – 1971

Fela Kuti, extraordinário músico nigeriano, que tocou órgão e sax tenor, foi um dos criadores do Afro-beat, que mistura a força dos ritmos africanos ao jazz e funk, e neste álbum convidou Ginger Baker, baterista do powertrio Cream, que pesquisava exatamente ritmos africanos, para gravarem este disco ao vivo. A big band The África’70 vai compondo os grooves com um forte naipe de metais mais baixo e guitarra e uma seção rítmica com a bateria de Ginger Baker, a bateria de Tonny Allen e mais cinco integrantes tocando percussão.

FELA KUTI & THE AFRICA’70 & GINGER BAKER LIVE – 1971 – 69Mb – 160Kbps – link para 4shared

Faixas:

1- Let’s start – Fela Kuti e Ginger Baker
2- Black man’s cry – Fela Kuti e Ginger Baker
3- Ye ye de smell – Fela Kuti e Ginger Baker
4- Egbe mi o (Carry me I want to die) – Fela Kuti e Ginger Baker
5- Drum solo (Ginger Baker & Tony Allen) - Fela Kuti e Ginger Baker

Voz, órgão e sax tenor: Fela Ransome-Kuti
Trumpete primeiro (solo): Tunde Williams
Trumpete segundo: Eddie Faychum
Sax tenor (solos): Igo Chiko
Sax barítono: Lekan Animashaun
Guitarra: Peter Animashaun
Baixo: Maurice Ekpo
Bateria: Tony Allen
Bateria: Ginger Baker
Conga primeira: Henry Koffi
Conga segunda: Friday Jumbo
Conga terceira: Akwesi Korranting
Sticks: Tony Abayomi
Shekere: Isaac Olaleye

Fela Kuti sempre se envolveu em questões sociais e direitos humanos na África e se engajou na política para tentar se candidatar à presidência da Nigéria, mas teve sua candidatura recusada. Para quem quiser conhecer melhor a vida de Fela Kuti, seu site oficial.

Encontrei este disco no blog Farofa Moderna, lugar muito aprazível da net, com muitos discos de jazz, blues, mpb, música instrumental e textos bem escritos. Passe por lá, você vai gostar!

Selecionei um vídeo de Fela Kuti numa jam session de vinte e sete minutos, que mostra um pouco o artista em ação, com direito à muita improvisação, com sua big-band The África’70, mas sem Ginger Baker.